Deputado socialista interveio esta semana na reunião da Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu
"A situação que vivemos hoje com os surtos de doença da “língua azul” são de enorme preocupação,” alertou André Franqueira Rodrigues. “Em Portugal, até ao mês de novembro, contabilizavam-se já prejuízos superiores a 6 milhões e milhares de animais afetados com a doença”, acrescentou.
A doença da língua azul, ou febre catarral ovina, é uma doença viral transmitida por mosquitos que afeta os ruminantes, principalmente os ovinos. A doença não se transmite aos humanos, mas tem afetado muitas explorações em Portugal, particularmente no Baixo Alentejo
Face a essa situação o deputado socialista membro da Comissão de Agricultura do Parlamento Europeu, solicitou à Comissão Europeia, “medidas de apoio financeiro da UE para apoiar os agricultores afetados e combater uma maior propagação da doença e iniciativas para aumentar a disponibilidade de vacinas, bem como um reforço da investigação no combate a esta doença.”
“Além das elevadas taxas de mortalidade e a redução na produção, a propagação deste vírus coloca ainda em risco os efetivos da próxima campanha, assim como a capacidade de reprodução dos animais afetados. Está assim em causa a própria sustentabilidade económica destas explorações agrícolas” afirmou Franqueira Rodrigues.
O açoriano ressalvou também que “A propagação da febre catarral ovina a latitudes mais a Norte, no continente, é mais um exemplo dos efeitos das alterações climáticas e é de temer um ressurgimento da doença no início da Primavera, pelo que é imprescindível, desde já, equacionar as medidas necessárias para a combater”.
A Comissão de Agricultura debateu ainda, nesta sessão, um estudo sobre “O papel dos comerciantes de commodities na configuração dos mercados agrícolas” que, na opinião de André Franqueira Rodrigues “demonstra a grande concentração do mercado dos produtos agrícolas alimentares a nível mundial, representada pelo domínio por parte de 4 empresas de cerca de 50% a 60% de produtos essenciais”
“Isso levanta enormes preocupações para a soberania e segurança alimentar e nutricional, sobretudo se considerarmos também que a este elevado grau de concentração do mercado na indústria agro-alimentar, acresce também uma elevada concentração dos fatores de produção na agricultura - dos fertilizantes, aos produtos fitossanitários e sementes”, acrescentou o socialista”
“Esta é definitivamente uma área que necessita de uma ação regulatória mais forte por parte da UE e dos governos, para minimizar os riscos de aumentos de preços para produtores e consumidores devido ao risco de especulação”, concluiu André Franqueira Rodrigues.